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James Duff Brown estabeleceu em 1916 que a classificação era um "processo mental" constantemente executado de forma consciente e inconsciente por qualquer ser humano, ainda que não reconhecido como tal. Dessa forma ao se falar de classificação faz-se necessário estabelecer a sua relação com o processo cognitivo, inerente à mente humana.  Aristóteles defendia e primava que o homem já em sua mente categorizava e ordenava as coisas de forma natural. Sendo este o Pai do conhecimento e o percussor de sua organização. Onde em sua razão inata, preenchida pelas coisas da natureza, passava a conceituar o conhecimento. Assim, tudo surge na cognição humana, pela simples necessidade de sobrevivência, onde o homem age categorizando as coisas, objetos e conceitos, sejam na escolha de uma roupa para aquecer ou na busca de alimentação. A cada ato, o homem escolhe, conceitua e define o lugar das coisas ao seu redor.

Vivemos em um mundo complexo e heterogêneo: Idiomas diferenciados, variadas formas de expressão, novas idéias e teorias etc. A isso chamamos de Evolução da humanidade. Por muito tempo essa organização se deu na mente do homem sendo partilhada de forma oral. Porém na medida em que o conhecimento era comunicado, havia crescimento e cada vez mais este se ramificava, e a comunicação oral já não supria e abrangia a explosão desse conhecimento. Para se termos uma idéia, na década de 60, já haviam publicadas 60.000 revistas científicas e um milhão de artigos individuais. Dessa forma a linguagem oral necessitava de um apoio, nascendo assim as linguagens documentárias, na busca de comunicar o conhecimento e impedir que este venha a se perder.

As linguagens documentárias permitiram a pelo menos termos acesso aos avanços culturais e assim na construção de um novo conhecimento, por meio de uma ordenação. Era então preciso uma linguagem universal, em que todos pudessem entender e fazer-se compreender. É, pois por meio da linguagem que uma comunicação ocorre, para a troca de informação, proporcionando a descoberta e surgimento de novos conhecimentos. Assim a possibilidade de ordenação do conhecimento é proporcionada por esse tripé que envolve linguagem, comunicação e a conseqüência destes, a informação, gerando o ato de classificar.

De acordo com Valente, a Classificação consiste no ato de classificar, de distribuir por classes, por categorias, segundo uma certa ordem e método.

Segundo Lentino (1971), a classificação é, pois “um processo mental, pelo qual as coisas são reunidas de acordo com o grau de semelhança”. Para ordenar o conhecimento é pertinente o estabelecimento de classes, ou seja, arrumar as idéias num sistema organizado do pensamento. Sendo as classificações uma preciosa ajuda para a recuperação de informação, ajudando-nos a fazer uma triagem por assunto/ áreas de interesse. Quanto mais universal for a classificação, mais probabilidade terá de ser partilhada.

Visando essa universalidade, Melvil Dewey em 1876, publica anonimamente, uma obra que viria revolucionar a Biblioteconomia de então, com enorme repercussão nos anos futuros: o Classification and Subject Index for Cataloguing and Arranging the Books and Pamphlets of a library. Na segunda metade do século XIX, surge nos Estados Unidos, a primeira classificação decimal de livros: "A Classificação Decimal de Melvil Dewey", em sua 1º edição sob a forma de um folheto de 42 páginas, em l876, que trazia doze páginas de Introdução, doze de Tabelas e dezoito de Índice.  Sua evolução foi tanta que em 1967, em sua 17° edição já contava com 2.000 páginas. Hoje, em sua 21a. edição, a obra apresenta-se como um trabalho monumental, em 4 volumes, existindo toda uma organização editorial para a sua atualização.

  • V.1 Introdução e tabelas auxiliares
  • V.2 Classes principais  0 a 5
  • V.3 Classes principais  6 a
  • V.4 Índice alfabético e manual

O sistema de classificação de Dewey é o mais antigo,  e,  provavelmente,  o de uso mais difundido dentre os denominados sistemas modernos.  Segundo a Introdução de sua vigésima edição, é usado  em mais de 135 países,   e foi traduzido para mais de 30 idiomas.  Nos Estados Unidos é o adotado pela maioria esmagadora  (noventa e cinco por cento)  das bibliotecas,  isto é,  a quase totalidade das bibliotecas públicas e escolares,  vinte cinco por cento das universitárias e vinte por cento das especializadas. Foi traduzido,  com ou sem abreviação,  expansão ou adaptação,  para diversos idiomas,  como,  por exemplo,  o espanhol,  o norueguês,  o turco,  o francês,  o japonês,  o singalês,  o português e o tailandês. 

Em 1895 o antecessor do que é hoje a Federação Internacional de Informação e Documentação  (FID),  através de acordo com Melvil Dewey,  adotou a Classificação Decimal como base para sua indexação bibliográfica internacional por assunto.  Essa indexação se transformou na Classificação Decimal,  conhecida também como Classificação de Bruxelas,  hoje Classificação Decimal Universal  (CDU),  que,  por sua vez,  foi traduzida para diversas línguas. Embora haja diferenças entre a CDD e a CDU,  as bases de ambas permanecem essencialmente as mesmas.

A CDD possui algumas características: é um sistema  de classificação isto é,  um mapa completo das áreas do conhecimento,  mostrando todos os seus conceitos e suas relações; é um sistema hierárquico,  em que as idéias, os conceitos são representados em suas múltiplas relações de coordenação,  de subordinação e de superordenação; é um sistema de classificação decimalisto é,  adota como princípio fundamental a divisibilidade do todo,  que é o conhecimento,  em dez partes,  baseando-se numa divisão inicial desse mesmo conhecimento em disciplinas e subdisciplinas; é um sistema de classificação estruturado; é um sistema de classificação enumerativo em que relaciona todos os assuntos e todas as combinações/associações/relações possíveis entre os mesmos.


O sistema é composto de dez categorias:

  • 000 Computadores, informação e referência geral
  • 100 Filosofia e psicologia
  • 200 Religião
  • 300 Ciências sociais
  • 400 Línguas
  • 500 Ciência e matemática
  • 600 Tecnologia
  • 700 Arte e lazer
  • 800 Literatura
  • 900 História e geografia   


Cada classe é por sua vez dividida, sucessivamente, em grupos numerados de 1 a 9. A partir do terceiro algarismo, o sistema passa a desenvolver-se por meio de números decimais, continuando a ser subdividido por nove subclasses, até onde a especialização do assunto mostrar necessário.


A CDD é controlada pela empresa Online Computer Library Center que adquiriu a marca registrada e os direitos autorais relativos ao Systema Decimal de Dewey quando incorporou a editora Forest Press em 1988. A OCLC classifica livros novos lançados no mercado americano e atualiza o sistema de classificação.


Referências


LENTINO, Noêmia. Guia teórico e prático e comparado dos principais sistemas de classificação bibliográfica. São Paulo: Polígono, 1971.


VALENTE, Iolanda Sofia Rendeiro. Comparação entre Formatos de Classificação CDD, CDU e LCC. Porto: NOVA ET NOVA, 2003.. Acessada em: 03 de Abril de 2007.

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    Fortaleza/ Juazeiro do Norte, Ceará, Brazil
    Professora em Juazeiro do Norte pela UFC Campos Cariri e apaixonada pelas boas coisas da vida: Deus, família, meu esposo, amigos, biblioteconomia... Mestranda em CI pela UFPB com o tema de pesquisa intitulado "Uma proposta de categorização dos ex-votos do Casarão: o museus do Padre Cícero em Juazeiro do Norte". Atuo na área de Recursos e Serviços de Informação. Outros nteresses de pesquisa: memória e representação da informação.
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